domingo, setembro 02, 2012

A decadência da cultura


Há muito que se ouvem lamentos oriundos de vários quadrantes, anunciando a decadência da cultura ou até o fim de um certo tipo de cultura. O primeiro que ouvimos foi o de Alexis de Tocqueville, esse aristocrata que percorreu a América nos tempos da jovem democracia e que, perspicazmente, observou: “A democracia não somente faz estender o gosto pelas letras às classes industriais; ela introduz o espírito industrial no seio da literatura.» Progressivamente, o espírito industrial e mais tarde, o comercial, invadiu todas as áreas da cultura, tendo contribuído para o seu ocaso. Hoje é o mercado que determina o que se constitui como um “valor” no campo cultural. Este facto resultou numa completa inversão de valores e numa cultura comercializada e massificada, nivelada por baixos padrões de qualidade.


Lamentos pela decadência da cultura (entradas por ordem cronologica):

Ortega y Gasset, José (1934), El Tema de Nuestro Tiempo

Theodore Adorno, Max Horkheimer (1944), “The culture industry: Enlightenment as mass
deception” in Gunzelin Schmid Noerr (ed.), Dialectic of Enlightenment: Philosophical Fragments, pp. 94–136

T. S. Eliot (1948), Notes Towards the Definition of Culture [Notas para uma Definição de Cultura. Edições Século XXI, 1996]

Guy Debord (1967), La Société du Spectacle [A Sociedade do Espectáculo. Antígona, 2012]

George Steiner (1971), In Bluebeard’s Castle. Some Notes Towards the Redefinition of Culture. [No Castelo do Barba Azul. Algumas notas para a redefinição de cultura, Relógio D’Água, 1988]

Allan Bloom (1987), The Close of the American Mind [A Cultura Inculta: Ensaio sobre o declínio da Cultura Geral, Publicações Europa-América, 1987]

Jacques Barzun (2000), From Dawn to Decadence: 500 Years of Cultural Triumph and Defeat. 1500 to Present [Da Alvorada à Decadência. De 1500 à Actualidade. 500 Anos de Vida Cultural do Ocidente, Gradiva, 2003]

Mário Vargas Llosa (2012), La Civilizatión del Espectáculo


[A lista irá sendo acrescentada, à medida que novas leituras sobre o assunto o justifiquem. No prelo: Ortega y Gasset (1925), La  deshumanizacion del arte]

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