quarta-feira, janeiro 23, 2013

Voltámos aos mercados. Rejubilemos!


Portugal foi aos mercados. Aleluia! Que bom é para Portugal e para todos nós, portugueses. Agora é que vai ser: o número de pobres reduzir-se-á, os desempregados tornar-se-ão residuais, as desigualdades sociais esbater-se-ão, e cessará a emigração por razões económicas. Finalmente as obras iniciadas serão terminadas: túneis (o do Marão, por exemplo), auto-estradas, (o IP8, por exemplo), linhas de caminho-de-ferro (o ramal da Lousã, por exemplo), as escolas inacabadas (as do Parque Escolar, por exemplo) pontes (a terceira travessia do Tejo, por exemplo), o novo aeroporto de Lisboa, a linha do T.G.V. e mais o T.G.V. e etc., etc., etc. Finalmente, agora sim, é que vão retirar as medievais portagens das auto-estradas, essas taxas que sufocam a competitividade das nossas empresas, e que tornam todos os lugares do país mais distantes, se considerarmos a distância-custo. Enfim, agora é que o país vai crescer, mas a taxas superiores a 3% ao ano, porque, como é sabido, taxas de crescimento positivas inferiores a 1% não criam necessariamente emprego. Agora é que é: o desemprego e o empobrecimento vão desaparecer dos nossos horizontes. Vão devolver-nos tudo o que nos roubaram em taxas e impostos, para não falar em direitos a que muitos chamaram, maldosamente, regalias.

Portugal voltou aos mercados. Rejubilemos! Aleluia! Aleluia! Aleluia!


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