sábado, setembro 27, 2014

Patético!

Os homens e as mulheres da nossa oposição comprazem-se na intriga e no fogo-de-artifício, parecendo não dispor de outros argumentos para derrotar politicamente o primeiro-ministro.

Se querem derrotá-lo, pois que o derrotem na arena da política e não na arena da intriga. Dá mostras de fraqueza a oposição que parece nada mais encontrar no seu argumentário do que os possíveis tostões ou milhões que então um mero deputado eventualmente possa ter ganho, legalmente ou ilegalmente, há cerca de treze anos atrás, quando o presente que importa se encontra repleto de problemas que os portugueses anseiam ver resolvidos. Questões judiciais e criminais são para a polícia e para os tribunais. Os políticos deviam ocupar-se com o cerne da política.


Enquanto a oposição se compraz nessa arena da intriga e se deslumbra com o fogo-de-artifício, o país afunda-se numa dívida impagável que cresce como uma bola de neve. Enquanto debatem no lodaçal do “recebeu ou não recebeu”, o desemprego continua elevado, a educação não satisfaz, a justiça atola-se e o crescimento económico da ordem dos 2,5% ou mais, nem de binóculos se avista*.

Entretanto, o aumento do salário mínimo nacional foi conseguido à custa do dinheiro do contribuinte e da descapitalização da Segurança Social, que supostamente nos deveria suportar no infortúnio e na velhice, mas que vê esse seu papel cada vez mais posto em causa por opções de política governamental como esta, como se não houvesse outras. São medidas destas – colocar todos os contribuintes, e não unicamente as empresas, a pagar o aumento do salário mínimo nacional - que põem em causa a sustentabilidade do Estado social.

A crise económica está longe de ter passado, e no entanto, a oposição comportou-se esta semana como se a crise não existisse, entretida com possíveis questões judiciais relacionadas com o passado do primeiro-ministro.

Triste figura a da nossa oposição.

Assim não vai lá.
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(*) - Embora aqui se defenda que as sociedades tenham de se habituar a criar emprego, mesmo com níveis de crescimento mais baixos.

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