sábado, julho 18, 2015

O novo Eixo


Os líderes da Alemanha e da França anteciparam-se um dia à cimeira dos líderes governamentais dos países da Zona Euro para decidirem o que é importante. Primeiro entre si, no dia seguinte com os demais. Como se o Eixo franco-germânico (há quem lhe chame directório) fosse uma instituição da União Europeia. 

Nos palanques, a bandeira da UE é simbolizada atrás das bandeiras dos dois países do Eixo, e nas costas de Merkel e Hollande, lá aparece, tímida a espreitar, também atrás das bandeiras da França e da Alemanha. O simbolismo diz tudo. Na Zona Euro há umas democracias mais importantes do que outras. O domínio do Eixo é exercido pelo soft power ao qual os outros países se submeteram mansamente.

Não admira a relutância dos ingleses em prosseguir numa U.E. assim, dominada pelo Eixo franco-germânico.


1 comentário:

  1. Depois de tudo o que se passou com a Grécia, esta encenação ritual do poder - sem dúvida cuidadosamente preparada - sugere, uma vez mais, a brutalidade do espectáculo pós-democrático do "consenso". Como sugere Wendy Brown, não é do rugido de um leão que se trata, mas da capilarização rizomática das térmitas; da proliferação de um 'sugarscape' odioso (Philip K. Dick antecipou-o devidamente), que esá em toda a parte e em lugar nenhum, na escola, no hospital, no restaurante, nas palavras dos nossos colegas... e contra o qual a única alternativa é... Melhor calar-me. Como propôs o Prof. José Reis, resta-nos a dissidência. Entretantto, continuemos atentos aos pormenores, como os que se revelam neste magnífico post. O inferno vê-se bem nos detalhes, nos excessos da sua visibilidade mediática. A nós resta-nos a palavra!
    Abraço

    ResponderEliminar

Etiquetas