sábado, dezembro 12, 2015

Títulos espertalhões

O Fim da História o Último Homem (1992), de Francis Fukuyama
O Choque de Civilizações (1996), de Samuel Huntington
O Mundo é Plano (2005), de Thomas Friedman

Os títulos podem chocar e causar perplexidade. Podem cativar a atenção, suscitar a interrogação e atrair o olhar. Os títulos podem desafiar-nos. O Fim da História?! Que ridículo, pensamos nós. Afinal como pode a História ter um fim, a não ser que o Homem acabe ou que deixe de haver amanhã. A Terra é Plana?! Que ridículo. Como se pode chegar a uma conclusão dessas, tantos anos após Pitágoras e Aristóteles (*)? O Choque de Civilizações?! Como pode isso estar a acontecer se as civilizações estão em paz? Que se saiba não há guerra entre hindus e chineses ou entre ocidentais e japoneses, só para dar dois exemplos.

Mas por fim lá acabamos por ser levados a dar uma vista de olhos às referidas obras, para descobrir aquilo que os títulos escondem. E assim se construíram bestsellers

Os autores e os editores perceberam que os títulos bombásticos ou interpeladores podem ser utilizados como uma estratégia de marketing eficaz, e a moda pegou. Inicialmente pegou, depois banalizou-se e toda a gente percebeu.
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(*) Thomas Friedman parece ter captado inteligentemente a sonoridade do título do livro do Fukuyama que interpelava as nossas certezas relativas ao tempo, e tratou de fazer o mesmo relativamente ao espaço. Se a História tem um fim, então por que não um título que desafie as nossas certeza acerca da esfericidade da Terra? Por que não o fim da Geografia?

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