quarta-feira, junho 07, 2017

Passos tardam na relva

Passos tardam na relva
Entre o luar e o luar,
Tudo é eflúvio e selva.
Sente-se alguém passar.

Passa, pisando leve
O chão que o luar desmente,
Num pálido hausto leve
De pisar levemente.

É elfo, é gnomo, é fada
A forma que ninguém vê?
Lembro. não houve nada.
Sinto, e a saudade crê.


                             Fernando Pessoa (5-9-1933)


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